terça-feira, 19 de outubro de 2010

Aos poucos…


…As peças vão-se encaixando e é engraçado que muitas vezes quando se colam cacos nos sobram coisas que não nos fazem falta nenhuma…

Não que me tire qualquer prazer disso mas já dizia o La Fontaine rescrevendo Esopo que às vezes quem muito canta no Verão chora no Outono…

Hoje ensaio coisas por aqui »».««


Banda do Casaco - Natação Obrigatória

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

O Privilégio do Disparate – (IN)Mundanismos [11] – O ter que ser Português


Não sou especialista nem em economia nem politica, aliás, bem vistas as coisas tenho uma daquelas profissões chatas em que não somos especialistas em coisa nenhuma e quando parece que sabemos um bocadinho mais de qualquer coisa a coisa torna-se irrelevante. Embora não sendo especialista, sempre vou ouvindo aqui e ali que isto está muito mal e que somos um povo à beira do abismo a quem os governantes e orientadores diz que a única saída é apertar o cinto e seguir em frente. Sei que a piada é velha mas não encontro melhor alegoria que esta e até percebo que estando à beira do abismo tudo se resolva com um salto de fé desde que a altura me garanta que não haverá contas de hospital para pagar e que quem vier atrás pelo menos consiga arranjar um buraco para me enterrar porque eu não gostaria de ficar por aí a cheirar mal.

Na realidade não percebo nada de politica nem de economia nem de sociologia o que a bem dizer me habilita como bom Português a poder opinar sobre qualquer assunto em conversas de corredor, vizinhanças de máquinas de café e balneários sem ter receios de dizer asneiras. Por isso na minha humilde opinião sempre vos digo que acho que o Português se deixa cozer bem em lume brando e que não será por acaso que somos os inventores do banho Maria que como toda a gente sabe é a melhor forma de aquecer o arroz sem o esturricar ou o deixar agarrar à panela. É por isso que os nossos pastores nos conseguem tão facilmente levar a qualquer lado e a malta embora resmungando e com alguns arrebites esporádicos lá vai arrastando os pés e agora espanta-se por já não haver mais caminho em frente.

Outra das nossas características tão invejada pelos povos daqueles países mais sérios da Europa central é a nossa capacidade de sermos parvos com um enorme sentido de humor e ontem depois de ver os mineiros Chilenos saírem do buraco não faltou comediante nacional que não alvitrasse que o método se calhar com jeitinho podia ser ampliável de 33 indivíduos a 10 milhões de artolas e que qualquer dos mineiros daria um bom consultor de ministro em Portugal. Enfim dá para sorrir e a malta gosta mesmo é de rir e não sei se já repararam que é fácil encontrar na cara dos nossos idosos aquelas rugas que se abrem do nariz aos lábios, sinais do tempo e de tempos de muita galhofa.

Depois há aquela lei dos “F’s” que diz que ao Português para estar entretido e não chatear muito basta ter com fartura coisas começadas por “F” e claro que aqui virão os tais brincalhões danados para a brincadeira falar de Foder ou ser Fodido, mas não, eu estava mesmo era a pensar em Futebóis e Fátima e Folhetins que a moda do Fado já passou e dirão os teóricos conspirativos que não é por acaso que agora com a grande crise instalada e o anuncio do orçamento para 2011 se reinventou o “grande irmão” ou que a selecção se deixou atrasar para depois se contratar um salvador com tranquilidade e risco ao meio ou que ontem foi dia 13 aqui e na Cova da Iria…


Talking Heads - Once In A Lifetime