sábado, 21 de fevereiro de 2009

O meu 13º post ou o primeiro na trilogia dos passarinhos.

(Supersticioso eu? Ná, é mesmo falta de imaginação.)

Ora o Sebastião Pintassilgo, era um cabrão com azar. Atenção que quando me refiro a ser cabrão, não estou a querer dizer que era um gajo teso ou arrevesado, não, era cabrão mesmo, bem assessorado por uma mulher cheiinha de carnes e danada para a brincadeira com homens alheios.


Por se saber azarado, era um homem cuidadoso, fugia a sete pés dos gatos, borrava-se todo se fossem pretos e nunca se sentava em transportes públicos no lugar 13 nem passava debaixo de escadas, fechava o chapéu de chuva antes de entrar em casa, nada de agarrar em espelhos, não fosse a coisa escorregar-lhe da mão e tinha a estranha crença de que se sacudisse o utensílio cinco vezes, cada vez que mijava, nunca lhe iria faltar a tesão.


Um dia o cabrão do Pintassilgo, descobriu que o era. Como em todas as histórias deste género, chegou a casa mais cedo do que o habitual sem ter o cuidado de avisar, para que é que te serve a merda do telemóvel se não o usas quando faz falta e ouviu gemidos e risinhos galhofeiros vindos do quarto. Como já andava desconfiado e tinha alguma cagufa, aproximou-se sorrateiro da porta e espreitou agachado para dentro do quarto. Lá dentro, na cama estava a sua mulher, tipo morcela luzidia em cima de um tipo magríssimo de barba pintelhuda que ele reconheceu imediatamente como o filho-da-puta da mulher do dono do quiosque da esquina, onde todas as sextas feiras punha o euromilhões. O povo sabe que para fazer uma boa morcela, há que encher a tripa logo no dia da matança e têm que ser o primeiro enchido a ir para o fumeiro e foi isso da matança de lhe abrir a tripa e de a pôr ao fumeiro que lhe passou ali pela cabeça, mas lembrou-se que não era propriamente um homem de sorte e achou melhor ir embora devagarinho e pensar melhor no assunto.

(To be continued)



Stevie Wonder and Stevie Ray Vaughan-Superstition

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