A forma como sentimos uma emoção é o que nos distingue, mais do que a forma do rosto ou a cor da pele ou mesmo o género é a diferença no sentir que nos aproxima ou nos afasta. O que te faz chorar pode-me ser indiferente, o que me faz tremer pode ser-te inexplicável.
Quantos tentaram explicar o amor com palavras e imagens e sons, exportar a emoção suprema num registo que se traduz por símbolos ou em imagens que se sucedem na simulação de movimento ou em rotações que fazem vibrar em ecos de melodias. Como posso dizer que não sei o que é o amor quando não sei o que é o amor? Como me podem garantir que saberei reconhecer o amor? Como saberei reconhecer que é diferente da emoção que me desperta a suavidade da sombra de uma cortina que se abana junto à janela que dá para o mar num dia solarengo?
Eu não sei o que é a fome. Não posso ousar dizer que sei o que é ter fome porque não comi ainda hoje, mas sei que ainda vou comer. Não posso dizer que sei o que é a fome da mesma forma que o farrapo de homem que me estende a mão num semáforo que ficou vermelho e que escreveu num pedaço de cartão sujo que tem fome.
Eu não sei o que é a dor de quem nada tem quando o que não tenho apenas me falta porque não o tenho. Eu não sei o que é a dor de esgravatar no que resta de uma vida, nos destroços de uma casa, por um sinal de esperança de um coração que ainda bate.
As emoções são o que nos distingue…
Vejam e escutem o vídeo abaixo e digam-me que emoção vos despertou?
Karen O & The Kids - All Is Love
23 comentários:
Inocência.
(In)felizmente, como vi o filme, não consigo abstrair-me totalmente do turbilhão de sensações que me invadiram nessa tarde. Como tal, à Inocência poderia acrescentar Solidão, Abandono, Raiva, Frustração, Medo, Curiosidade, Descoberta, Coragem, Sinceridade, Tranquilidade.
Nada de beijos lambuzados, ok?
Fica o aviso.
Boa noite! Nao posso ouvir isto agora pelo avancar da hora, mas volto depois.
Profundo o texto. Real. Ha quem diga que gosta ou que nao gosta disto ou daquilo porque sim. Ha quem se queixe do que lhe sobeja, ha quem sobreviva apenas por culpa de inconstancias que nao consegue definir, quando na verdade tem tudo o que faz falta ao ser humano para viver.
E sim, "As emoções são o que nos distingue…"
Abracos
Story,
Isso é um turbilhão emocional... Não te posso comentar o filme, apenas a música e esta foi composta para despertar emoções, para mim esta não é inocente ou não me recorda inocência mas sim a perda dela.
Hoje excepcionalmente nada de beijos lambuzados
Francisco,
Bom dia!
As emoções são o que são e às vezes há quem decida mexer com as nossas, de nos incomodar no nosso conforto emocional, será isso bom porque nos recorda que estamos vivos ou mau?
Tinhas pedido um texto mais sério... ;)
Abraço e cumprimentos à Sra. Vieira :)
Ora bem, emoção que me despertou o video. Primeiro saudade da inocencia, depois ternura. Muita ternura...
Respondendo a tua pergunta ali em cima, é bom que te mexam com tudo, sejam emocoes ou outra coisa qualquer :-)
Teresa. Chama-se Teresa.
Abracos
Eu não vi o filme, só sei que é um miúdo que vai para um mundo sem regras ser rei!
As fotos transmitiram-me um mundo melhor: Com paz, união/harmonia (embora muito diferentes, conseguem fazer parte da vida um do outro)... União!
Vi o bicho a chorar, senti pena, apeteceu abraçar!
Não vi o filme. Mas as imagens e a música fizeram-me pensar que somos ensinados a odiar, ou pelo menos a não amar, aquilo que é diferente, ou que nos parece diferente, e aquilo que é disforme, ou nos parece disforme.
Claro que já sentiste amor! O amor tem muitas faces. A amizade é uma delas. O amor pelos filhotes é outra. O amor pelos pais é outra ainda. O amor pelos piris de estimação, outra mais. O amor fraterno,também.
Quanto ao amor romantico, se assim lhe quisermos chamar, foi feito de tal forma que o reconheceremos sempre que o sentirmos. na minha perspectiva, este amor é a mistura de todos os outros. :)
LBJ,
foi mesmo um turbilhão emocional. Daqueles que são autênticos abalos telúricos. Chapadas na cara. Das que doem a valer!
Perda de inocência? Talvez. Mas olha que todas as sensações que descrevi fazem parte da Infância. E o que é isso de «perda da inocência»? É algo que me questiono várias vezes. O que significa? Deixar um mundo sem preocupações para passar a viver num mundo cheio de contratempos? Passar a esconder os nossos verdadeiros sentimentos? Começar a medir as palavras com receio da imagem que passamos aos outros?
Sabes, acho que, de certa forma, ainda conservo um pouco de Inocência. E adoro!
Devo ser das poucas pessoas (perdoa-me a falta de modéstia) que não se ralam nada com o que os outros pensam de mim, da minha imagem, da minha demonstração de sentimentos, da forma como vivo a minha vida, do meu ângulo de visão do Mundo.
Francisco,
as emoções são o que nos distingue e o que nos aproxima uns dos outros.
Pocahontas,
o Max não foi parar a um mundo sem regras. N'O Sítio das Coisas Selvagens há regras. Diferentes das da nossa realidade, mas há regras.
Vani,
desculpa-me contradizer-te, mas o filme não fala em ódio pelos estranhos nem como somos ensinados a odiar a diferença. Fala, isso sim, na manifestação e descoberta das nossas emoções.
LBJ (mais uma vez), desculpa-me dirigir-me a todos os teus coemntadores, mas como já deves ter percebido O Sítio das Coisas Selvagens mexeu muitíssimo comigo e estou convencida que vi a um dos melhores filmes dos últimos anos e, de certeza, o melhor sobre a Infância.
Olha, envia-me lá um beijo lambuzado. Hoje estou a precisar...
Francisco,
Que te seja ternura... Dá os parabéns por mim à Teresa...
Abraço
Pocahontas,
Não posso falar sobre o filme, mas a Story já falou que se fartou :)
Os monstros são obras de arte da Jim Henson Creature Shop por isso não me estranha que os queiras abraçar... :)
União é uma emoção cada vez mais complicada..
Beijos
Vani,
Pois o que é diferente desperta emoções, nem sempre ódio ou não amor, mas de uma maneira geral emoções que não deveriam de acontecer...
Amor pelos Piris, tinhas que os trazeres à baila, quanto ao resto reservo-me :)
Beijos
Story,
Está à vontade, faz de conta que estás em casa... :D
Como te disse não posso falar sobre o filme e já vi que a ti te tocou bastante, a mim interessou-me a música por achar que foi habilmente composta para despertar emoções diversas, claro que neste caso a visualização das imagens influencia também. Do que pude ouvir esta OST está muito interessante.
Quanto ao resto… Eu sei pelo que te conheço que vives a tua vida e não a dos outros e não sei se isso é inocência ou apenas inteligência e aposto mais na segunda, mas não te vou dizer isso porque tu és uma convencida do caraças e depois ninguém te cala :D
Fico preocupado por quereres beijos lambuzados, estarás doente? Mas pronto, sem muita graça porque não vais dizer bilheque… Lambuzo-te de ósculos :)
Já me passou, por isso... belheque!
Story,
Agora não te safas de seres lambuzada :)
LBJ, se não fossem as emoções que seriamos nós?!... Robôs, provavelmente!!!
Bêjos :)
Não vi o filme. A mim despertou-me ternura, a saudade da inocência da infância quando acreditava que os monstros não existiam. outra questão o que é o amor? acho que não se explica porque para mim é uma forma de estar, a única forma de viver, se não coloco amor, paixão em tudo o que faço então sou uma máquina e não um ser humano. para ti será necessariamente uma coisa diferente. pode ser apenas uma palavra e é mais bonita do que se tivéssemos convencionado chamar-lhe alfaçar.
Confessa que é mais bonito um "eu amo-te", salvo seja, do que "eu alfaço-te".
Pronto e como já estraguei o comentário, já me posso ir,beijos, ou repolhos e não te esqueças de pÔR um pouco de alface em todos os momentos da tua vida.
eu podia fazer um monte de comentarios a cerca deste tema... mas prefiro o silencio...
Tí Pronúncia,
"Do Androids Dream of Electric Sheep?" :)
Bêjos
Cat,
Ri-me bastante com a tua hortaliça… :)
Um Repolho rechonchudo para ti :)
Dyphia,
A vantagem do silêncio é a liberdade do que nos pode significar :)
Beijos
Story, não vi o o filme, ainda. A questão aqui era: o que as imagens nos faziam pensar. Ora, a mim fizeram pensar isso mesmo, na diferença. Os "monstros peludinhos" são as "coisas selvagens", num sitio à parte. São diferentes. Da diferença salta-se para o ódio à diferença, and so on.
Já vi que o filme te marcou mesmo :D
Pois a mim marcou-me o teu belheque, lolololol, desde que to li, e me escangalhei a rir com ele, que me sai a torto e a direito!
LBJ, claro que tinha de trazer os piris à baila. :D Se tu tivesses o Gajô e o Flokito que eu tive, perceberias porque os piris vêm sempre à baila lol.
Gajôoooo, Gajôooo boniiiiiito, boniiiitoo, muito boniiiiito! Piriquiiiito! Boniiiiiito! ;D
Oh pah, LBJ, o teu aviso sobre conteúdos já chateia, irra. :D
Vani,
só para ti:
Belheque! Belheque! Belheque!
:D
Vani e Story,
Bilheque, bilheque e bilheque
E Beijos prás duas :)
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