sábado, 29 de janeiro de 2011

A Chuva na prisão

Se eu pudesse postular determinava que quando chove o céu chora por alguém.

… O resto lê-se por aqui: >>.<<


Paramore: The Only Exception

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Entrapment

;D


ColdPlay – Viva la Vida

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

O Privilégio do Disparate – A caminho do fim do Mundo – Semana 04 – (Não devia ter comido aquela porcaria no fim)


Se há coisa que o nosso povo gosta é de adiar problemas. Porque é que a malta se há-de chatear antes se é inevitável que se vai chatear depois e depois até pode ser que a coisa não corra tão mal quanto parecia que ia correr. Entretanto vai-se vivendo.

Aqui há uns meses quando foi necessário inventar um orçamento para 2011, os nossos sacrossantos governantes anunciaram medidas duras e que havia chegado o tempo de ter que apertar o cinto e aliviar o peso à carteira e cortar no prescindível e redefinir o imprescindível e que haveria reduções de salários e aumento de impostos e que não era possível garantir escândalos e mexericos que distraíssem o povo todos os dias mas que prometiam fazer o que pudessem. Entretanto veio o Natal e penduraram-se bolinhas nas árvores.

Chegámos a 2011 com cautelas, alguns foguetes e muita malta deixou de fumar por uns dias e começou a haver menos transito nas ruas antes do meio do mês. Eu lembro-me que quando comprei o meu primeiro carro, ainda com muito cabelo na cabeça e barba revolucionária, punha sempre quinhentos paus de gasolina e aquilo dava para o que desse e se desse para cada vez menos, paciência, porque o que sobrava na carteira não dava para mais e ainda não haviam cartões de crédito nem empréstimos para comprar bimbys. Mas parece que finalmente a enorme veia ecológica e responsabilidade civil das nossas gasolineiras e até alguma vontade de ter lucro de forma obscena teve o seu resultado na redução da marca de carbono no alcatrão das auto-estradas.

Penso eu que toda a gente sabe que os funcionários públicos recebem antes de toda a gente e se calhar nem toda a gente sabe porquê mas eu sempre achei que era para ajudar o pequeno comercio e os funcionários públicos perceberam pela primeira vez na semana passada o que é que receberam de salário e finalmente perceberam o que o desgoverno do governo implica no governo do seu próprio desgoverno.

Se há coisa que o nosso povo gosta é de adiar problemas e quando estes definitivamente aparecem de os resolver de forma simples e concisa e se lhe cortam dez porcento no salário então passam a trabalhar menos quinze porcento por conta da inflação e do aumento que mereciam e que agora nunca vão ter. Somos um povo que a faz pela calada e que se manifesta de forma silenciosa e eficaz e que faz do zelo a sua arma. Pois que se espere nas filas das repartições e nas filas dos hospitais e que se entupa ainda mais a nossa já tão fluida justiça porque ou há justiça ou comem todos e não seria justo que apenas os que vivem do estado e para o estado tivessem que pagar a crise.

Não quero de forma alguma que esta minha prosa ponha em causa o profissionalismo da nossa gente e cada qual sabe de si e que se calhar só mesmo quando se começar a morrer nos bancos de urgência dos hospitais por excesso de zelo se vai perceber que algo vai mesmo mal neste bananal e que a procissão nem chegou ao adro e que ainda não se percebeu bem o impacto dos aumentos dos impostos e que o sobreendividamento das famílias tanto é sobre por pouco como por muito e que entretanto virá outra vez o natal e a oportunidade de pendurar bolinhas na árvore.

Mas o governo cumpre as suas promessas e se temos os aumentos e as reduções também temos os entreténs com crimes e sexo e violência e relações supostamente pecaminosas que só deviam importar a quem realmente importam e ainda o tal nome da criança que ninguém percebe e que eu não percebo como foi possível registar com tanta regra e burocracia a não ser claro que se explique por ser filha de gente importante para resolver todos os problemas do País ou porque o pessoal das conservatórias tem uma forma engraçada e peculiar de protestar contra a crise.


MLER IFE DADA - Zuvi Zeva Novi

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

O Privilégio do Disparate – A caminho do fim do Mundo – Semana 03 – (Não sei se fiz bem em ter vindo por aqui…)


A pedido de várias famílias, vou falar esta semana de Salazar que como alguns saberão já está morto e enterrado e o mesmo deverá acontecer com o Marquês de Pombal e provavelmente com o Dom Sebastião. Como sou um ignorante curioso fui consultar a wikipedia e descobri que a maior parte dos Portugueses já nasceu depois de Salazar ter morrido e que no caso do Marquês de Pombal e de Dom Sebastião parece-me que nem vale a pena fazer as contas.

Não consigo portanto compreender porque tantos que nunca conviveram nem privaram com tais figuras as invocam constantemente nas horas más e sobretudo naquelas horas de lamento em que o Português é tão fluente e que gosto de apelidar de “O que esta malta e esta merda toda precisava era de um homem como aquele”.

Cronologicamente falando o povo ainda espera que Dom Sebastião regresse numa manhã de nevoeiro e conduza o País à glória e o que eu ainda não percebi é se se espera que o Rei tenha estado num limbo temporal ou congelado num cilindro extraterrestre e regresse fresquinho nos seus 24 anos ou se pelo contrário com a experiência dos seus 457 aninhos. Será que regressa montado no seu cavalo branco ou mais moderno empinado numa daquelas coisas de duas rodas que ainda um dia tenho que experimentar? Eu como sou um gajo desconfiado não me fio num tipo de 24 anos que não tem perfil no facebook e muito menos num geriátrico que não se deverá conseguir mexer sem a ajuda de cordéis e drogas duras, isto já para não falar na questão dos cheiros esquisitos.

Poucos saberão que o Marquês de Pombal também era Sebastião de seu nome ou se calhar era eu o único que não sabia, mas todos sabem que é na sua praça que se festejam coisas importantes como as vitórias nos campeonatos da bola ou do berlinde e as vitórias nas eleições dos partidos ou dos Presidentes ou das coisas e as vitórias no que for que valha a pena festejar até cair de bêbedo e que a rotunda é lixada de se fazer e que obriga a olho atento para evitar bate-chapa e outros mimos. Ora parece que o Marquês gostava de reformas e de que se fizessem coisas e não olhava a meios para atingir os fins e cá para mim os primeiros que o invocam seriam os primeiros a queixar-se depois das dores nos calos.

Deus, Pátria e Família sempre necessariamente por essa ordem para que nunca nos falte Fátima, Fado e Futebol. Eu embora faça parte daquela minoria dos Portugueses que já cá estava quando Salazar ainda cá andava, não posso dizer que vivia aterrorizado pela opressão da PIDE ou pela perspectiva da guerra ou pela ignorância do Povo, eu queria era jogar às caricas e não percebia se éramos um País atrasado algures no cú da Europa ou o melhor sitio do Mundo para levar no toutiço se não nos portássemos bem. Deus nunca me disse nada, a Pátria cada vez menos e da família nem vale a pena falar e sinto que se Salazar cá voltasse eu estava lixado escrito de uma outra forma, porque acima de tudo com mais ou menos cacetada para chegar ao final do mês prezo sobretudo a liberdade de poder falar, de poder escrever estes disparates sem receio de abrir a porta quando ouço tocar à campainha.

Se consigo compreender que assim não vamos lá, não consigo perceber porque é que tanto animal deste rebanho acha que guardado por pastor de samarra pesada e crucifixo ao pescoço e armado com um cajado robusto e cães de dentes afiados, seria mais feliz. Passamos demasiado tempo a olhar para trás e a buscar ensinamentos na história sem percebermos que se calhar somos reféns dessa mesma historia e que o que nos orgulha também nos pode envergonhar e que para colher é preciso semear e que para semear é preciso rasgar primeiro a terra e que água parada tende a cheirar mal e que tanto disparate se pode dizer acerca de tudo que no final todos podemos parecer génios ou tontos.

A minha geração é uma geração entalada em múltiplos sentidos mas sobre isso se me apetecer falo para a semana e se não me apetecer não falo e essa liberdade nenhum morto me pode tirar.


Heróis do mar - Brava dança dos heróis

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

O Privilégio do Disparate – A caminho do fim do Mundo – Semana 02 – (Será que apaguei a luz da casa de banho?)


Conforme prometido vou falar das eleições e do Salazar e do que mais for preciso para encher esta página de baforadas e outros cheiros. Sendo eu uma pessoa muito distraída e cuja principal fonte de informação são as conversas de hora de almoço e de café e de cruzamento no corredor a caminho de ir fazer chichi, quase que me escapava que vai haver ainda este mês eleições para Presidente da República cá na terrinha. É que o povo não fala muito nisso, vá lá saber-se porquê.

Eu confesso que não gosto do Cavaco e não tenho nada contra nem a favor do Alegre e antes de ser acusado de falta de respeito, desde já esclareço que me estou a referir aos personagens e não aos homens ou aos políticos ou aos talvez respeitáveis cidadãos ou aos notáveis membros do nosso sistema governamental e como personagens a sua semelhança coincidente com algo ou tudo isto é apenas realidade na vontade de quem me lê. Não gosto do personagem Cavaco pelas mesmas razões que a maior parte das pessoas que não gostam dele não gostam dele ou seja pela arrogância e pela pose e por ter a certeza de nunca ter dúvidas e pelo tabu dos tabus e pela enervante gestão dos timings e pela forma como come o bolo rei com as migalhas a caírem por todo o lado enquanto tenta meter mais bolo na boca ainda de boca cheia. Haverá quem não goste do Cavaco por razões mais válidas que a minha, mas eu sou um homem simples do povo e não me ralo com as questiúnculas financeiras e hipotéticas trafulhices com bancos falidos ou nacionalizados ou as duas coisas nem com o passado politico brilhante ou desastroso nem com o facto de não me lembrar de nada importante que tenha feito no seu primeiro mandato mas nem que ele nascesse duas vezes me sairia da cabeça aquela imagem do bolo rei.

Eu confesso que Alegre me é indiferente e acho que é por não conseguir compreender poesia, nunca aprendi, eu lido com as palavras de forma linear, uma a seguir à outra e não lhes consigo reconhecer o ritmo ou a música ou a tal dita poesia, palavras são palavras que podem ser sentidas mas tem que me fazer sentido e na poesia eu perco-me muitas vezes com essa falta de sentido e acho mesmo que é por isso que o Alegre me é indiferente, pela falta de sentido. Do ponto de vista particular destas eleições e olhando agora para a coisa como uma competição, acho o que mais falta ao Alegre é um adversário à altura. O povo gosta pouco de se chatear e se mexer e ir votar a favor de algo que já não acredita mas adora ir votar contra algo que ainda acredita e o azar do Alegre é que o povo, mesmo aquele que não gosta do Cavaco, não não gosta o suficiente para se chatear e se mexer em ir votar contra ele, sobretudo porque ainda por cima o Sócrates lixou o Alegre ao dar-lhe o seu apoio e isso é coisa para fazer o povo esquecer qualquer fatia de bolo rei. Completando o raciocínio faz falta a Alegre nestas eleições um adversário do calibre de Soares bem apoiado por Sócrates para que a malta se chateasse e se mexesse e fosse exercer o seu dever e prazer de votar contra, a favor de uma causa nobre.

No final acho que estas eleições não passarão de uma curta metragem com personagens irrelevantes e alguns figurantes que farão dignamente o seu papel e que esses merecem o meu respeito por serem verdadeiros homens de causas, mesmo que perdidas ou até no caso de alguns me parecerem meio alucinados mas eu gosto de gente de causas e melhor ainda se forem meio alucinados e é natural que acabe por dar o meu voto a um deles, mais que não seja para chatear, o que não me orgulha mas também não me causa embaraço. Por fim acho que ao fim de três décadas disto de eleições presidenciais estava mais que na hora de todos percebermos a mecânica da coisa e alterar o período de vigência de 5 para 10 anos o que no mínimo seria uma medida higiénica e ecológica.

Não falei do Salazar mas não faz mal porque era uma promessa em tempo de eleições sem prazo de validade nem penalidades por incumprimento.


Clã - Tira a Teima

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

O Privilégio do Disparate – A caminho do fim do Mundo – Semana 01 – (Não esquecer de meter lenços de papel no bolso)


Parece que o Mundo vai acabar em 2012 e mesmo ainda não sabendo se o Mundo que acaba é o meu ou o teu, o de alguns ou o de todos nós e se isso é realmente uma coisa ruim ou apenas eutanásia e aquela coisa das baratas se safarem ou não, eu acho que isto de ir a caminho do fim do Mundo merece um registo de jornada.

Não tendo nada melhor para falar nestes primeiro dias do final do Mundo, queria falar do “Zé Maria” e da Ensitel e do Salazar e de eleições e de outras coisas importantes que me irei lembrando à medida que for escrevendo. Ora começando pelo Zé Maria, constou-me que voltou a haver outro Big Brother e quando digo constou-me não é de modo algum caganeirice ou mania de que sou melhor que os outros e não vejo essas coisas, mas, na realidade nesta altura da vida não tenho televisão. Também me constou que nesta nova incarnação do Big Brother reinventaram o “Zé Maria” e com tal sucesso que parece que até ganhou o “concurso”.

Para o Português, o “Zé Maria” era o arquétipo daquele que ninguém quer ser mas que todos acham muito bem que alguém seja e que merece por não conseguir ser outra coisa, toda a nossa simpatia e apoio e ajuda na forma de chamadas de valor acrescentado para que deixe de ser aquilo e passe a ser a outra coisa que nós até já gostaríamos de ser. Podia agora fazer a analogia do patinho feio e do cisne mas eu não gosto dos bichos, acho que fazem muita porcaria e prefiro falar antes do complexo do coitadinho.

Debaixo do complexo do coitadinho cabe toda a vontade, voluntariedade ou viscosidade que o nosso povo tem para com causas e o que nós gostamos de causas e de vestir as dores do outro não tem paralelo. Nenhum outro povo tão incapaz de agir em causa própria é tão bom em se aglutinar em causa alheia como o bom povo Português e se para ajudar na capacidade de mobilização para a festa ,o outro, for um pobre coitado ou como quem diz um coitadinho, então saímos lá de trás e levamos tudo pela frente. Por isso não me espanta que se tenha recuperado o coitadinho do “Zé Maria”, transfigurado num outro António qualquer, pastor que já guardou gado e outras bichinhas e se tenha feito repetir a alegre história para ficar a ver se a história triste depois não se repete.

Mudando completamente de assunto ou talvez não e sendo eu um crente que acha que mandar a gaja gira e abonada da recepção lidar com cobradores persistentes é mais eficaz que os assustar com a malta do armazém, temos o tal caso da Ensitel que veio demonstrar que as redes sociais são um meio poderosíssimo de chamar o Povo às causas e de como gerir crises de cabeça no ar e mão no peito pode ser tão desastroso como tentar pedir a uma manada de bois em correria e a deitar baba pela boca para pararem lá com jeitinho. Uma vez mais temos o povo que se inflamou por combustão espontânea em defesa de alguém que poucos realmente conheciam contra os maus que todos pareciam realmente conhecer. Não pondo em causa a legitimidade da causa, acho graça que tantos estivessem dispostos a atear fogo à fogueira que iria consumir a bruxa má do Oeste sem reparar que havia muita gente agarrada àquela pira, mas a malta queria lá saber das centenas que ficariam sem emprego desde que fosse feita justiça. O que vale é que no final lá prevaleceu o bom senso de que persistir na burrice já era asneirice e que a parte ofendida era afinal realmente digna de ser defendida e não queria sangue mas apenas paz..

Com isto tudo já não me sobra espaço para falar do Salazar ou de eleições ou de me lembrar de outras coisas importantes mas fica prometido que o tentarei fazer para a semana isto se o meu mundo ou o vosso no entretanto não decidir acabar.


EZ SPECIAL - Sei Que Sabes Que Sim

sábado, 1 de janeiro de 2011

Na Aurora de um Novo Ano.


“Um dos maiores erros da humanidade é passar tanto tempo em contagens decrescentes…”

Ora cá estamos em 2011, numa nova década e já maduros de vida neste século. Impõem-se neste dia fechar balanços, tomar resoluções e por entre dentadas em uvas encarquilhadas almejar feitos e factos. No que toca a este Blog, não se pode dizer que o ano que se encerrou tenha sido prolifero e sei que tenho estado ausente e antes de mais impõe-se um agradecimento aos que por aqui foram passando e até um pedido de desculpas por essa minha ausência que realmente se acentuou nas últimas semanas. Sem promessas nem ameaças irei ser mais regular e quem quiser por cá continuar a passar será bem vindo e se não for por pérolas de sabedoria ou literárias que seja por graça ou por amizade.

Ora cá estamos no Ano de 2011, que será sem dúvida um Ano difícil, um ano que se inicia com certezas de incerteza e que recomendo se gaste calmamente com a confiança que outros melhores ainda virão. No que me diz respeito e tendo sido 2010 um ano de transição, não me fiz novas promessas nem enviei às estrelas ou outros rebentamentos piscantes, desejos de coisas ou outras loisas, apenas vou procurar ser feliz e quando digo feliz não estou a falar daquela felicidade bacoca de superficialidade de falsas aparências que algumas pessoas acham que têm que continuamente anunciar ao Mundo, não, estou a falar da felicidade que se consegue na realização pessoal e no convívio com amigos e na partilha de pele com amantes.

Neste Ano de 2011 congratulo-me pelos que estão, Bem Hajam!

Desejo a todos que neste novo ciclo, nesta nova contagem nos consigamos melhorar.


The Cure - Lullaby