Quando é o medo e a dúvida que nos separam de um objectivo, ele será sempre inalcançável se de cada vez apenas formos capazes de percorrer metade do caminho que nos falta.
Iniciámos o percurso no dia que para mim é um paradoxo e para ti uma fé, curto espaço de tempo para tanta partilha, estivemos tão dentro um do outro, mapeámos todos os ses das nossas vidas numa comunhão de cumplicidades que só a amizade de longos anos poderia contemplar, trocámos suores e carinhos e espaços e beijos e apartares e sentimentos e ausências e angústias e dúvidas, afastámo-nos em abraço e aproximámo-nos em abstinência.
Tu rocha fingida translúcida que te derreteste em lágrimas pela tua ausência de mim, lágrimas que bebi para sentir o amargo da tua doçura. Eu rocha fingida opaca que me solidifiquei em sorrisos pela tua presença de mim, sorrisos que bebeste para sentir o doce da minha amargura.
Separam-nos grilhões e distâncias, ambos ignorantes no amor, desconhecemos o modo de empilhar as pedras e o cimento com que podemos solidificar esta fortaleza e acabámos a acordar juntos em alicerces de amizade eterna, sentimo-nos tão perto e tão longe mas com tanta força e intensidade que temos a certeza que a felicidade do outro será a nossa felicidade, a minha alegria a tua exaltação, a minha tristeza a tua aflição, a tua dor a minha mágoa, a tua satisfação a minha conquista, as etiquetas estão em branco a aguardar o amadurecer dos nossos quereres, ambos sentimos que a tinta com que as escreveremos não será feita de lágrimas, mas do sumo dos nossos sorrisos.
Phil Collins-I Wish It Would Rain Down
20 comentários:
Chorei ao ler-te.
Lindíssimas as palavras, o sentimento.
Obrigado.
Medo e dúvida? Creio que para superar tal coisa só uma - sinceridade, no caso, para connosco e para com a outra pessoa. E o tempo dirá...
Adorei, fantástico, talvez a verdadeira forma de se gostar. Desejar o melhor a algo que possa não ser nosso, O paradigma do amor.
Ai Jesus... não sei a que se devem essas palavras. Mas são lindas e invejo-as... Sem maldade, mas tenho inveja de não ter dessas para mim...
E sabes.... o medo e a dúvida, para mim, que não me tirem o meu objectivo: a liberdade e a paz. O sossego!
Beijinhos litle J
:)
É AMOR, isso tudo! :)
:)
Beijitos
:)
Menino Jesus, está mais do que visto que te estás a apaixonar (ou já estás apaixonado).
Dúvidas, existirão sempre porque nada nesta vida é um dado adquirido.
De risco em risco se avança...sem medos!
;)
Luz,
:)
Obrigado
Treze,
Sim, sinceridade sem dúvida.
O tempo, o logo se vê não é opção.
abraço
Forte,
Conseguiste em poucas palavras sintetizar o que eu enchi uma página para fazer, acertaste em cheio :)
Um Abraço
Natália,
Bem vinda :)
É engraçado que focaste exactamente os objectivos que ambas as pessoas a que se refere este post mais desejam e que por diversas razões estão ainda tão longe, mas são alcançáveis e por isso há que lutar por eles.
Beijos
Fada,
A tua alegria transbordante e contagiante não poderia deixar de tentar identificar aqui o amor :), mas eu não sei o que isso é, nunca o escondi, é difícil identificar algo que não se conhece :)
Beijos companheira;)
Ana,
A paixão aparece revestida de muitas formas, cada vez me convenço mais que o amor (seja lá o que isso for) pode não ser a coisa mais importante do mundo, sobretudo se for um objectivo obsessivo que se queira forçar por uma ou ambas as partes, passámos demasiado tempo de vida conformados com existências inexistentes, dúvidas podem existir mas com prazo de validade.
Este post é uma declaração de opções, de caminhos e portas escancaradas, há relações tão fortes que não devem ser permitidas que desemboquem em becos sem saída, se nada mais for possível que reste o caminho da amizade incondicional, porque essa pode e deve ser eterna.
Os riscos só são aceitáveis se não forem apenas arrastares de tempo, ter medo é muitas vezes um acto de coragem.
É um dos teus textos onde mais senti um LBJ mais feliz e menos tristonho... gostei imenso (mas isto já não é novidade)!
Boa semana :)
A paixão, é um dos sentimentos mais intensos que se pode experimentar. O amor é precisamente isso, um estado de "seja lá o que isso for", porque cada qual o vive à sua maneira.
Os riscos nem sempre são arrastares de tempo, podem também ser o oposto, urgências. O medo pode tanto pode ser um acto de coragem como de profunda cobardia.
Digo eu...
Este é um texto feliz. Na forma, e no conteúdo.
Se o medo e a dúvida são os "grilhões" que referes, então não são nada, podem soltar-se, porque no meio de tal simbiose e partilha que descreves, o medo de um há de ser a força do outro, a dúvida de um há de ser a certeza do outro. Essa cumplicidade tão intensa, tão profunda, só pode mesmo ser um alicerce e um cimento. Para mim, descreveste almas gémeas, não necessariamente "amor" no sentido apaixonado do termo, mas amor no mais puro dos seus significados.
Encontrar uma coisa assim, só por isso, faz com que se escrevam melhor as linhas da vida,
não com lágrimas, como bem dizes, mas com sorrisos.
LBJ,
já to havia dado a ler, mas pelo menos nesta parte, quero relembrar-te que:
"...E não sendo amor
Fosse desejo
Vontade
Quimera
Sonho
Muleta
Que diferença há
Na forma como quero,
Se o quero?
E que importa
Não sermos nada
Quando nada
Há para reclamar
Como sendo nosso?
Ainda assim
Divido-me contigo.(...)"
beijinho
Pronúncia,
Um dos textos que não escrevi em roda livre que mais prazer me deu escrever.
Obrigado
Um Beijo
Ana,
Obrigado por seres amiga pronta a empurrar :)
Um Beijo
Princesa,
Os grilhões não são os medos e as dúvidas, alguns tu conheces.
O amor puro é um conceito que dá que pensar.
Um Beijo
WAI,
Quem é capaz de querer partilhar assim, tem a capacidade de moldar a partilha do querer.
Um Beijo
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